inspiração

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Reflexão IV

"São as pessoas hiperativas, móveis, ágeis e inquietas que a poliartrite força a se aquietarem com o progressivo e prolongado processo de enrijecimento. Porque? Apesar de toda movimentação aparente, as pessoas em pauta na verdade são rígidas. Sua superatividade e excesso de movimentação só acontecem no corpo físico pois, existe uma imobilidade da consciência.
A psicossomática pesquisou e descobriu a meio século atrás que " os poliartríticos têm um caráter impulsivo, demasiado consciencioso e perfeccionista, apresentam também uma característica sadomasoquista com forte necessidade de auto-sacrifício e exagerado senso de prestatividade, associados a uma tendência à depressão."
Essas características mostram a rigidez e a teimosia, revelam a falta de flexibilidade e de mobilidade de consciência.
Outro ponto problemático é a agressividade. Os reumáticos controlam seus impulsos agressivos, mas estes acabam por se impôr à força no plano físico. A energia que dessa forma não é descarregada, fica estagnada na musculatura,  articulações e nervos. A agressividade inibida se volta contra a própria pessoa  que a inibe. A dor é auto-agressão. Há sentimento de culpa por não suportar a própria agressividade, isso leva a pessoa a uma grande disposição de ajudar o próximo. Há uma dicotomia aqui: prestação altruísta de serviço e controle simultâneo. Essa postura foi definida com a expressão: "tirania benevolente".
A doença aparece quando a pessoa perde a possibilidade de compensar seus sentimentos de culpa com uma ajuda desinteressada.
Também a gama de sintomas colaterais mais frequentes nos mostra o significado central da animosidade reprimida: compõe-se sobretudo de males digestivos e intestinais, sintomas cardíacos, frigidez e distúrbios de potência, além de medo e depressão.
A medicina natural considera o reumatismo como acúmulo de toxinas no tecido conjuntivo.
As toxinas acumuladas simbolizam problemas não elaborados, assuntos não digeridos, não solucionados que foram descarregados no inconsciente.
Assim, o seu egoísmo, sua imobilidade, sua inadaptação, seu desejo de dominar e sua agressividade permanecem na sombra e se somatizam no corpo como uma imobilidade e rigidez visíveis, que acabam por colocar um ponto final em sua falsa atitude de servilismo."

trechos do livro: A Doença como Caminho.
                          Editora Cultrix

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Trecho do Livro: A Doença como Caminho. ; capítulo 3

Como microcosmo, o ser humano é um reflexo do universo e contém em sua consciência a soma de todos os princípios de vida. O seu caminho através do mundo das polaridades o obriga a manifestar esses princípios latentes, de tal forma que com a ajuda destes possa tornar-se progressivamente mais consciente de si mesmo. Mas conhecimento pressupõe polaridade e esta, por sua vez, obriga o ser humano a um ritmo ininterrupto de decisões. Toda decisão divide a unidade em 2 pólos, um que é aceito e outro que é rejeitado. O aspecto aceito da polaridade é expresso no comportamento e é integrado no nível da consciência. O pólo abandonado é expulso para a sombra e continua exigindo atenção, visto que parece estar sempre voltando "de lá.
A doença é a mais específica e comum expressão desta lei geral, segundo a qual os aspectos da sombra são precipitados na forma humana, e nela são somatizados como sintomas.
Por meio do corpo, todo sintoma força o ser humano, apesar de seus esforços em contrário, a manifestar algum dos princípios que, deliberadamente, havia optado por não viver; isso restabelece o equilíbrio.
Nessa medida, um sintoma é a expressão física de alguma coisa que está na consciência humana. O sintoma torna os homens honestos porque torna visível o que eles reprimiram.

Observar o Pólo Oposto

Se todos na Terra reconhecerem a beleza como bela,
desta forma já se pressupõe a feiúra.
Se todos na Terra reconhecerem o bem como o bem,
deste modo já se pressupõe o mal.
Porque ser e não-ser geram-se mutuamente.


O fácil e o difícil se complementam.
O longo e o curto se definem um ao outro.
O alto e o baixo convivem um com o outro.
O antes e o depois se seguem mutuamente.


Assim também o Sábio
permanece na ação sem agir,
ensina sem nada dizer.
A todos os seres que o procuram
ele não se nega.
Ele cria, e ainda assim nada tem.
Age e não guarda coisa alguma.
Realizando a obra, 
não se apega a ela.
E, justamente por não se apegar,
não é abandonado.

Lao-Tsé

segundo verso do Tao-te king.